sexta-feira, dezembro 30, 2005

2º Capítulo - Negociações falhadas

O sol cresce no horizonte... Yusuf aguarda que ele suba um pouco mais para também ele servir de arma. Para espanto de muitos, a cavalaria abandona o acampamento ainda cedo. De que servem espadas contra as muralhas da praça-forte? Sente-se a inquietação por entre os soldados. Sem cavalaria, estão limitados a ataques lentos e morosos, que eventualmente custarão muitas vidas. Morde-se mais um pedaço de pão, e bebem-se as últimas gotas de chá enquanto o tempo custa a passar. Com os trebuchets ainda inacabados, somente o ataque directo é opção. Sem aviso, abre-se o grande portão de Ceuta saindo dele centenas de soldados almorávidas. Apercebendo-se da ausência da cavalaria almóada, os defensores ganharam a confiança necessária para sair da sua toca e travar batalha a céu aberto. Como peças de xadrez, ambas as tropas se dispõem no campo de batalha. A adrenalina dispara enquanto se fitam nos olhos. Retesam-se os arcos, desembainham-se as cimitarras. Yusuf, escoltado pela sua própria tropa pessoal, negoceia com o general inimigo. O tempo passa bem devagar. O seu retorno traz consigo a frustração estampada no rosto. Ninguém odeia mais a ideia de um confronto desnecessário que Yusuf, mas a lógica deve ser posta de lado quando Alá requisita os nossos serviços. A sua cimitarra brilha esplendorosamente acima da sua cabeça como se o próprio espírito de Alá estivesse contido nela, ordenando o início do ataque da artilharia. Com o sol de frente, os almorávidas já começaram a sua marcha... Sombras gigantes atravessam o campo de batalha caindo pesada e imprevisivelmente sobre as fileiras almorávidas. Juntamente com as catapultas, centenas de flechas cortam o ar penetrando as leves armaduras de couro. De um lado e de outro, arqueiros apressam-se a lançar a morte sobre os soldados inimigos que cegamente correm para o confronto. Yusuf está em desvantagem de números mas ele bem que sabe disso. O chão começa a vibrar... Um barulho pesado faz tremer a mais branda alma. Como um trovão, uma centena de cavaleiros rasga a linha de arqueiros almorávidas. Um ténue sorriso é esboçado pelo rosto de Yusuf. Montando o seu corcel, vê no campo de batalha a reviravolta esperada. As unidades de soldados almorávidas estão sem o apoio dos seus arqueiros, esmagados e rechaçados pelos homens do general Al-Amiri. Na frente da batalha Yusuf e Salem, irmãos de armas, lutam lado a lado com as suas tropas, desmembrando a força inimiga como se o poder dos céus estivesse com eles, enquanto que Al-Amiri impede qualquer fuga almorávida para a cidade. A morte espalha-se pela areia... Com a queda do comandante almorávida, cessa a batalha. Os gritos de vitória ecoam nas muralhas. É possível vislumbrar o terror dos que nela se protegem da esmagadora ira de Yusuf. No ar paira a calma que antecede o cerco.

terça-feira, dezembro 20, 2005

1º Capítulo - Preparativos

Finda uma tarde quente... sente-se no ar um ténue aroma a sangue. Faltam cerca de quinhentos metros para se alcançar a cidade de Ceuta e a primeira onda de defesa almorávida já se encontra desmembrada. Yusuf dirige um exército eficiente de mercenários nómadas, várias unidades de cavalaria, engenheiros e médicos. Com ele, viajam poetas e escritores que registam os feitos para posteriormente serem narrados. A noite aproxima-se fria, suavemente nervosa. Nas tendas, os soldados reviram-se esperando, por minutos, adormecer. Vozes roucas ouvem-se na escuridão; sentinelas de um campo à beira de uma batalha. Chega-se a questionar a sanidade de Yusuf, acerca da decisão de tomar Ceuta. Todos acham uma loucura, mas sente-se já tão próxima. Os incontáveis tesouros dos comerciantes... o desejo pela riqueza do comércio. Ceuta é o limite do mediterrâneo melhor conhecido. Para oeste, abre-se o grande estreito dando lugar ao infindável atlântico. É a Ceuta que chegam os melhores produtos da africa ocidental. Como extravagante fonte de rendimentos, é necessário tomá-la. O bater dos martelos anuncia o começar do derradeiro dia. Os engenheiros acordaram mais cedo com o objectivo de montar o equipamento de cerco. Catapultas, trebuchets, escadas e aríetes estão prestes a ser terminados quando o primeiro raio de sol começa a espreitar no horizonte iluminando o topo da torre da mesquita. Lentamente, silhuetas surgem nas muralhas... soldados que sempre lá estiveram, olhando, controlando o movimento das tropas inimigas. Pergunto-me como se sentem eles; olhando para um enorme exercito surgindo das brumas, esperando pela ajuda almorávida do grab al-andaluz, vulgarmente conhecido como península ibérica. Yusuf acorda enérgico... percorre a estrada improvisada até à tenda cozinha onde se deve encontrar com os seus dois generais de campanha. Soldados emergem lentamente das suas tendas caminhando, ainda embriagados de sono, para a última refeição antes da batalha. Afinal, de que serve um exercito exausto e faminto? Alá compensará o tempo perdido com uma ilustre vitória, penso eu.

domingo, dezembro 18, 2005

Prologo

Lisboa é Lusa... assim se canta pela nação. Falam de um cavaleiro, de seu nome Martim Moniz, que deu a vitória aos filhos de Deus. Por toda a parte se contam histórias fantásticas dos feitos dos que lutam na linha da frente. Falta pouco para Portugal ser inteiro... a partir do Tejo estendem-se vastas planícies de searas ocupadas pelos Almorávidas. Cruzados ingleses são acolhidos de braços abertos, engrossando a força militar de D. Afonso Henriques. A fragmentação islâmica é evidente e prevêem-se grandes batalhas a sul do grande rio. Longe, os Almoadas expandem o seu poder e preparam-se para ocupar os califados almorávidas na península ibérica. Abû Ya'qub Yûsuf é o grande mentor, líder espiritual e militar dos almoadas, assim como os seus poemas encantam as cortes islâmicas. Homem dado à cultura, vê na península ibérica um reino que é dele por direito, dado por Alá. As suas conquistas no norte de Africa aumentam de dia para dia, expandindo o seu já grande império. Uma cruz foi traçada no mapa... os dias de paz aparente estão para acabar...

domingo, dezembro 11, 2005

Regresso

Sinceramente não sei porque não escrevo. Se é algo que gosto, porque não o faço? Será a escrita apenas mais uma forma de vicio? Sei lá... Qualquer das formas, vejo que uns minutos por dia, não custam nada a ninguem e até se criam algumas coisas engraçadas. Isto tudo para dizer... Vou recomeçar a bombar neste velho blog. Imaginem uma história tipo Senhor dos Aneis, mas mais fixe, cheia de magia como o Harry Potter (?), e quiçá, ultrapassando-o... lol! Pareço daqueles manos que andam a fazer propaganda a uma novela qualquer... Isto dito por outras palavras é: Brutal! Uma aventura cheia de acção e mistério. Vai ser lindo... já a desenho na minha mente; imagino o que sairá disto! Tentarei fazer um capitulo todas as semanas mas, e de qualquer das formas, se não o fizer, chamem-me à atenção. Tenho de aproveitar aquilo que me deram... a minha imaginação e criatividade. Conto com o apoio dos meus antigos leitores para desenvolver este blog para além do racional... ultrapassar o inteligivel e levar "Os jovens leitores" (sempre quis dizer isto!) a um mundo de fantasia. Tipo Alice no Pais das Maravilhas... mas sem as drogas que o Lewis Caroll mandava... uma lagarta a fumar... xi... onde é que já se viu... lol!

domingo, outubro 09, 2005

Reflexão

Em tempos fui urso, apagado da vivência e longe do mundo. Lembro-me perfeitamente de como a minha vida corria, sempre estranha à beira do precipicio. Passaram-se anos, a mente cresce e vejo-me a caminhar na segurança, livre de pedras no meu caminho. E quando aparecem? Encosto-lhes o pé e desvio-as do caminho. Tanto tempo para descubrir a coisa mais básica do mundo, para desvendar o mistério da nossa presença na terra. Viver! E viver bem. A vida é boa para os justos... boa para quem é bom na vida!

sexta-feira, setembro 16, 2005

Desabafo

23... 23 miseros anos que este corpo carrega. E o pior, é que neste tempo todo, ainda não consegui descernir a razão pela qual as pessoas sentem algo por alguém. Por se sentir a falta, pode-se dizer que se ama? Sinto falta de muita coisa e não é por isso que amo! Tento entender a condição humana, mas acabo sempre por ir parar à merda. Toda a dedicação, carinho, atenção que mereces, não ta sei dar. Por muito estupido que seja, aquele que tu amas, não sabe amar. Não existe um manual, um conjunto de regras... algo palpável para que tudo corra bem. Sinto, no entanto, o peso de que algo está mal, pelo aperto que sinto no coração, pela constante dor de cabeça, pela razão que escrevo aqui. Sinto os ventos da mudança, tal como te disse, mas para onde me guiam estes ventos, nem eu sei. Sei apenas que ficarei melhor, um passo mais perto daquilo que desejo, o perfeito. Desculpa se não sou o que sempre desejaste.

terça-feira, setembro 13, 2005

Remember...

Triste destino, daquele que vive como ama.
Desejos repletos de significado.
Abraçar-te, envolver-te!
Sentir mais uma vez a textura da tua pele
E inalar o perfume que emanas.
Princesa; como me fazes sentir bem!

Mundo vil e cruel que me mantém afastado de quem desejo.
Aperto no coração, daquele que apenas quer um pequeno beijo.
Imaginar o teu sabor... a sensação de encontro,
De algo maior e mais belo do que qualquer paixão.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Costas viradas ao mundo...

Costas viradas ao mundo,
Sentindo o toque do que respiro...
Perdendo-me nos sonhos por um segundo,
É na vida um segundo que eu tiro.

E como se o tempo realmente me importasse,
Tal fel, tão amarga substância...
Houve até quem no seu tempo mencionasse,
Que o tempo na realidade é distância.

Costas viradas ao mundo,
Revendo nas nuvens, pura saudade,
Fecho os olhos e num segundo,
Relembro no tempo... uma amizade.

domingo, agosto 07, 2005

Nota do autor

Depois de tanto tempo desaparecido, voltei a dar à costa. Digamos que a minha capacidade de descernimento não foi a melhor, ao optar por mudar um blog lamechas para um criticista. Para o primeiro, tenho agora a noção de que sou bom, enquanto que para o criticismo... deixo muito a desejar. De qualquer forma, optei por seguir os meus primeiros passos, eliminando da vista, todos aqueles que apenas me guiaram para longe do meu objectivo... a perfeição.

A todos os que já acreditaram,

Grande Abraço

quarta-feira, abril 20, 2005

# 3

Minhas palavras jamais serão escritas.
Jamais serão aceites por aqueles que amo.
Porque grande é aquele que é puro de espirito,
Aquele capaz de se elevar acima do comum mortal,
Não deixando de respeitar a mais pequena criatura.
Comparativamente... sou muito pequeno.
Pequeno porque, estupidamente, firo...
Porque acredito em valores que não sigo;
Porque desprezo quem me dá realmente valor.
Que crédito pode ter uma pessoa assim?
Arrependo-me de simplesmente o ter pensado.
Mais amargamente de o ter feito.
Mas novamente, de que servem as palavras,
Se num momento deveras triste,
Te dei todas as razões para não confiares nelas?

domingo, abril 17, 2005

# 2

Derreto-te pelo caminho,
Alimento este velho luar...
Sinto o agradável aroma, sozinho,
Não tenho com quem o partilhar.

E agradeço a quem me viu,
Longe, num mundo distante.
Sendo o agasalho tão frio,
E a chuva... ofegante.

Divago por momentos...
Talvez para te encontrar,
Olho a roda dos tempos,
Sinto que a noite vai acabar.

Navegante fantasista,
Criador de tamanha alegria...
Resistente, há ainda quem assista,
Ao acordar de um novo dia.

quarta-feira, abril 06, 2005

# 1

Momentos de divagação...
Evasão mental...
Pura alucinação,
Insanidade experimental.

Doença incutida,
Quarto sem iluminação.
Batata mal cozida...
Tal como a cenoura e o macarrão.

Dois passos para a frente,
Sigo em queda para trás.
O povo não sente,
O rei não faz.

sábado, março 26, 2005

Poesia para um músico

Olhando o céu,
Sinto o teu olhar.
Toco uma guitarra,
Sem saber tocar.

Vivo neste mundo,
Eterno vagabundo,
Querendo apenas,
O amor encontrar.

Sabendo contudo,
Que num segundo,
Todo o meu sonho,
Pode acabar.

Mas que belo sentimento que eu em ti encontrei...
Fundamento duma vida para a qual vale a pena amar.

Sofrimento em pensamento,
Alegria por um momento,
Não estou triste, eu aguento...
Sinto é falta de alimento.

Conto contigo para mo dar...
Com ternura tratar,
Uma ferida sarar...
Neste meu coração.

Se quiseres ser feliz,
Ouve o que o mundo diz:
Acredita, sente, toca, prova, vibra,
Mexe, dança, abraça, beija, ama... AMA!

Sinto o sabor,
Palavra de amor,
É pecado é dor,
Por quem eu vivo.

E indo além,
Não encontro ninguém;
O porquê não sei;
Igual a ti.

É o meu mundo,
Eterno e profundo,
Alegre o luar,
O luar, para mim.

Se ele acabar,
Eu o irei cantar,
Para um dia lembrar,
Que fui feliz.

É o meu mundo,
Eterno e profundo,
Alegre o cantar,
Do meu coração.


Poema dedicado a Carlos Paredes
Ler acompanhado da música :"Melodia para um poeta"

sexta-feira, março 25, 2005

Aos leitores

Boas... tava a ver que não conseguia tirar as teias todas do teclado. Sei que não devo justificações a ninguem, no entanto, vejo pelo número de pessoas que visitam este blog, que não tenho correspondido às suas espectativas. A eles um sincero pedido de desculpas.

Tentarei estruturar o meu tempo para fazer aquilo que tanto gosto de fazer... escrever.

A todos os crentes e ainda leitores

Bem haja.

segunda-feira, março 07, 2005

Saudade...

Eis que mais um dia acaba...
Eis que longe te encontras.

Perto... em pensamento te sinto,
Tal como senti o nectar que corria de teus lábios.
Nada mais!
Silêncio e distância.
Isolamento de quem amo.
Censura e opressão...
P.I.D.E. que me tortura.
Ditadura em pleno século vinte e um.

Tenho saudades...

quarta-feira, março 02, 2005

A ti...

Seria grande, se tivesse nascido antes. Mas, quem sabe, se nesse espaço temporal teria eu conhecido tamanha paixão. A sua inocente presença marca o mundo. Marca como um ferro quente, como uma faca sulcando a carne com um golpe fino e frio. É alimento de almas, é fé, criação de Deus para os crentes. Tortura e alucinação, tal masmorra, para quem demais a deseja. Jóia caída dos céus, grandiosa estrela vespertina, ilumina a vida de quem a ama. É bom sentir o seu calor como um faminto sente o aroma de um prato de comida... Desejo! Tudo o que sinto, momentos de alegria, são fruto da sua presença. Por isso caminho, por esta estrada fora, com um sorriso nos lábios... os mesmos que por ela são acariciados, amados. E quando os ponteiros indicam a hora do adeus, toda uma negra escuridão inunda os meus olhos... deixando-me cego e melancólico, enterrado no mais profundo pesadelo. Dele, apenas ela tem a capacidade de me acordar, de me libertar das trevas... clarificando a minha vida.

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Perfume

Por momentos sinto amargura...
Desejos não realizados, apertos.
Sei que te tenho, que te amo.
Sinto-me grande demais,
Para por vezes passar pelos pequenos obstáculos da vida.
A tua presença inibe-me.
Deixa-me a flutuar num mar de emoções,
Que, enclausurado no meu mundo,
Não me permitem pensar.
Deito-me com o testemunho do teu amor,
O perfume que se vai desvanecendo...
Enquanto as horas passam.
Perfume esse que gostaria de sentir sempre a meu lado,
Vinte e quatro horas por dia.
Um perfume que pudesse tocar, beijar...
Amar!
Porém, apenas por breves momentos o guardo,
Eclipsando-se por entre os dedos,
Sucumbindo a uma distância que me mata...
Para amanhã ser novamente meu.

sábado, fevereiro 19, 2005

Deambulação

Recordo, com tristeza, palavras proferidas.
A mim dirigidas... momentos de fraqueza.
Ferimentos não sarados de uma luta desigual.
Vasculho na minha mente por respostas imorais...
Sem sequer entender a pergunta que me foi feita.
Razões para uma vida triste, para um sofrimento maior,
Deambulam todos os dias pelas mesmas ruas que eu.
Não as conheço, não lhes falo, nem sequer ólho!
E, por algum motivo especial, elas metem-se comigo.
Fugir delas, depois não consigo...
Apesar de me conseguir safar.

sábado, fevereiro 12, 2005

Tempo

Em tempos deveras conturbados,
Sinto a alegria simplista de viver.
Desejos de momentos estonteantes,
Na plural consciência do meu ser.

Clamo aos céus por um futuro,
Um tempo de paz e unificação.
Mas as lágrimas que de mim escorrem,
Força não têm para chamar à razão.

E dos tempos idos relembro,
Momentos de grande divagação.
Suavemente me perdia no teu corpo...
Se não eras tu, seria alucinação?

Amanhã será um grande e poderoso dia,
E na sã insanidade eterna rejubilarei.
Escravo de um ponteiro, eu me via,
Liberto e aclamado, eu serei.

domingo, fevereiro 06, 2005

Viver

Ternamente, sinto o prazer,
De em tão formosos lábios beber,
O nectar que me dá vida.

Respirar por apenas um momento,
A simplista magnificência,
Do estonteante aroma que emanas.

Viver...
Viver, para te sentir,
Quente e meiga, nos meus braços.
Viver para te dar,
Um mundo de sentimentos.
Viver, para te amar...
Para te ter.

sábado, janeiro 29, 2005

Momento

Apenas queria um momento,
Um momento contigo...
Recatados do mundo.

Um ténue reconforto, desejado para o corpo,
Deu à luz uma invariável negação.
Da unidade por mim fortemente requerida...
Resta-me apenas a morbida ilusão.

Respiro, nos ponteiros da vida desmedida,
Rosas com espinhos do tamanho do tempo.
Petalas de aço, ardem-me na mão...
Insanidade... triste meu, o ressentimento.

terça-feira, janeiro 25, 2005

Reavaliação

Por vezes, fazemos as coisas da pior forma.
Empenhamo-nos por conseguir tanto uma coisa,
Deixando-a, depois, ao abandono.
Mas quantas vezes se acorda,
Depois de um sonho em que a perdemos?
E tantas vezes desprezamos esses sonhos...
Só dói quando não há, certo?
Então demonstra que nunca falhará,
Pois eu estarei sempre.
Não quero mais sonhos destes...
Fazem-me sofrer.
E não quero que estes sonhos,
Se transformem numa brutal realidade.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Triste luta

Fico triste quando falho,
Quando os meus projectos são rejeitados,
Quando não consigo transmitir ideias,
Triste quando o meus trabalhos são desprezados.

E pensar que luto por algo bom,
Que acredito em valores perdidos,
Atravessando abismos e infernos,
Sendo rejeitado pelos entes queridos.

De que me vale lutar então,
Não quero ser Don Quixote...
Se já ninguem acredita...
Resta-me abandonar o forte.

Vou deambular por pensamentos,
Rejeitar qualquer quimera.
Desprovido de sentimentos...
"Morto!" - alguém dissera.

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Juntos dançamos

Sinto-me bem,
Vejo o brilho dos teus olhos.
Teus desejos são meus...
Teu sorriso é felicidade.
Alegria e tristeza,
Juntos num coração.

Melodia penetrante,
Música nos meus ouvidos.
Som que se propaga,
Nota para os sentidos.
Ordem das coisas...
Caos da alma.
Sentimento do mundo,
Amor pela calma.

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Felicidade

Barreira inalcansavel,
À qual todos tentamos chegar.
Tentativa do perfeito,
Da doçura e harmonia.

Felicidade...

Temo-la sempre,
Todos os dias.
Sonhamos e desejamos,
Para acordar num outro dia
E ela ter desaparecido.
Busca interminável,
Tortura de quem vive.
Ponto final da vida,
De uma criatura chamada Homem.

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Pedaço de Mundo

Sinto o peso da frustração.
Mesmo quando tudo corre bem,
Há sempre algo que fica por desejar.

Não quero o mundo...
Nem o desejo!
É muito para mim;
É um imenso tesouro.
Dele só quero um pouco,
Por mais pequeno que seja.
Do deserto, alguns grãos de areia;
Do mar, apenas umas gotas;
Do céu, um pouco de ar...
E com esse pedaço de mundo,
Faria um mundo para mim.

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Belo dia

Que belo dia este...
A felicidade aquece-me o coração.
Provas passadas,
Resultados obtidos...
É bom ver o que conseguimos,
Os obstáculos que passámos,
O sofrimento tolerado.
É bom olhar para trás,
Perceber que temos a capacidade,
Para ser muito no mundo.
É bom ser...
E sentir do que realmente sou capaz.

domingo, janeiro 09, 2005

Only Divagando...

Boa onda,
Energia positiva,
Sentimentos bons...

Alimento da alma,
Frescura no corpo...
Tristeza dos nobres,
Alegria do povo...
Pensamento surreal,
Realidade inatingivel...
Luta constante,
Paz invisivel...
Caminho de dor,
Autoestrada de felicidade...
Corrida sem fim,
Infinito com finalidade...

sábado, janeiro 08, 2005

Confusão

Porque será que quando as coisas correm bem,
Vem sempre algo para estragar?
Trata-se de destino?
Ou será que a vida é mesmo assim?
Tento meditar sobre estas questões,
Mas não me ocorrem respostas.
Fico confuso...
Por não saber o que se passa,
Por não ter soluções,
Por ficar numa situação delicada.
E enquanto a tudo se transforma em pura anarquia,
Isolo-me...
Escondo-me dos problemas,
Aguardando o dia dos enfrentar.

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Mundo não meu...

Há momentos na vida,
Em que o mundo parece desabar.
Trata-se de sofrimento e solidão,
Não meus, mas de outrém.
Temo por não saber ajudar,
Por ferir, talvez...
Matar.
Vivo neste mundo não meu,
Torturando quem me quer bem.
Crucifico sentimentos,
Bem estar e alegria.
E, não querendo o mal a ninguém,
Fico só, levitando...
Sonhando pelo dia,
Em que na minha bola de sabão,
Poderei voltar para onde perteço.

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Sol

Sem ti sou apenas eu,
Juntos, somos o mundo.
Companhia quente nesta terra fria,
O sol bate-me na cara;
Aquece-me como tu.
É alento para a minha alma,
Paz para o meu corpo.
E estamos destinados a estar longe,
Separados, ainda que fisicamente;
Unidos pelo pensamento.
O sol nunca pára,
E a pensar nele ganho as forças necessárias,
Para lutar contra a saudade...

Amanhã, recomeçará o seu ciclo...
E com ele, mais um dia se arrastará.
Porém é menos um penoso dia,
Para quem ama e longe está.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

Longe

Sinto-te distante...
Milhões de quilometros, talvez mais.
Porém, sinto-me bem...
Sinto a vida a fluir pelas minhas veias,
Percorrer todo o meu corpo,
Inundar-me de vida.
Mas esta onda de energia,
Não leva, de mim, a tristeza...
Estás longe, e isso aflige-me.

domingo, janeiro 02, 2005

Para mim

Se fosse músico, cantaria o nosso amor.
Na boca das pessoas andariam as minhas palavras,
Alegres ou não.
Se fosse escritor, escreveria sobre ti,
E todos te conheceriam nas linhas dos meus livros.
Como sou amante, escrevo e canto.
Porém, ninguém lê ou ouve...
Porque é para mim.
És um bem demasiado valioso para partilhar.
És uma peça de arte,
No museu que é o meu coração.

sábado, janeiro 01, 2005

Alegria

Hoje canto...
Canto a energia que sinto.
A minha caixa, cavalgando jubila,
Sente amor, afecto, paixão.
É bom acordar a cantar...
Ver tudo com olhos de ver.
Sentir a essência de todas as coisas da vida,
Tal como saboreamos o mais delicioso mel.
Tudo tem o seu toque especial...
Nós podemos não o saber aceitar.
Eu aceito e sou feliz...
Deixo-me embrenhar pela essência das coisas.
Assim, divago pelo mar da imaginação,
Voo até à lua... e descanço numa nuvem;
Bem lá no céu!