sábado, fevereiro 14, 2009

Melancolia

Por vezes somos assolados pela melancolia.
Surge do inesperado, sempre à espreita.
Depois somos atacados nos momentos mais solitários,
Quando nos encontramos meditativos, inspirados, sós.
E que miserável sensação é esta que nos corrói aos poucos,
Que nos crava as unhas e rasga o peito,
Desfazendo sonhos e criando tormentas.
Parece que há dias assim, menos bons,
Em que os pensamentos descarrilam sempre para o mesmo...
Em que o coração parece rebelar e parar,
Deixando-nos simplesmente mortos por dentro.

Ode à Primavera

O tempo vai-se clareando,
Está mais quente, mais cativante.
A névoa sobe, alertando,
Que nada será igual doravante.

Num momento eternamente solene,
Torna-se pasto, desperto e alegre.
Sem mostrar o seu rosto perene,
No que era nefasto, corre agora uma lebre.

Do vistoso frio, pouco ou nada resta,
Nem a errante brisa, nem a neve.
E como que por uma pequena fresta,
Brilha agora o sol, sobre a bruma leve.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Confusão

Uma palavra deveras inocente,
Com uma tamanha repercussão.
Na ordem outrora latente,
Gera-se agora a confusão.

Se por te amar, punido fosse,
Por cada simples respirar;
A quem ao mundo te fez e trouxe,
Eu teria de pedir para me ajudar.

Tanta luta e sofrimento,
Querendo fugir à total anarquia.
E na fúria desse eterno momento,
Esqueço-me que viver é uma mais valia.

domingo, fevereiro 01, 2009

Olhar para trás

É impressionante a fragilidade da nossa existência,
E entremeando essa mesma perenidade,
A quantidade de coisas que no fundo deixamos por fazer.
Os beijos que deixamos de dar a quem amamos,
Ou simplesmente as palavras que se reservam para depois;
Um grande abraço àquele amigo que precisa,
Ou um esforço mais para atingir o cume da vida.

O pior é que algum tempo mais tarde,
Quando meditamos e olhamos para trás,
Vemos que tanto foi esquecido... olvidado.
Sentimos que apesar da completude da nossa vida,
Bem mais cheia ela poderia estar.
De memórias, beijos, carinhos, amigos...
E não podemos deixar de nos culpar.