quarta-feira, dezembro 05, 2012

Time...

Queira-se manter um blog ou dois, que estes sempre requerem tempo e dedicação. Vontade poderá não faltar ao autor mas o mesmo tempo que se refere na primeira linha deste post tende a desvanecer-se com tanta outra coisa que cruza o caminho.

Família, trabalho, e uma demais panóplia de sorvedouros do essencial néctar da vida... esse tempo que insiste em nos escorrer pelos dedos como a mais fina areia. Pior só mesmo vê-lo sumir-se e nada fazer! Pior só mesmo deixar que ele continue o seu percurso enquanto nos mantemos impávidos e serenos na nossa ignorante realidade.

Não devemos considerar que o tempo é de todo mal gasto. Há coisas pelas quais podemos perder uns batimentos do coração... parar para respirar aquele ar puro... olhar para os mais belos olhos... esboçar um simples sorriso de admiração... amar incondicionalmente!

O que é triste é verificar que há quem dispense tanto desta força universal em nada. E nisso por vezes peco. E a mim lamento.

Tempo para a familia? Sem dúvida!
Tempo para o trabalho? Que remédio.
Tempo para os amigos? Porque não?
Tempo de viver? Sempre!

sábado, novembro 03, 2012

Sou assim

Sou assim.

Não pedi para o ser, mas fui existindo;
Agraudei com isto que me define;
Adaptei-me aos demais ambientes e luzi;
Concebo os possíveis para te deleitar;
Lamento que não o envolvas;
Mas sou mesmo assim.

quarta-feira, setembro 05, 2012

R.I.P. Kazan

Foi com profunda tristeza que te encontrei hoje, deitado no teu leito de morte. Não mais o grande amigo que muitas alegrias me deu, muitas bulhas comigo lutou... e com quem troquei algumas dentadas. Apenas um invólucro vazio e triste... sem uma pinga do fulgor que em tempos apresentaste. Carne, ossos, pelo... mas já não eras tu. Creio que é mesmo assim a lei da morte. Há um momento na vida em que ela chega e leva o melhor de cada um... a sua alma.

Completavas 12 anos amanhã companheiro... Espero que esses 12 anos tenham sido tão bons para ti como foram para quem contigo partilhou esta tua curta passagem pelo planeta. Resta-me o conforto de que os teus últimos dias não foram de qualquer sofrimento e que o negro cavaleiro te levou enquanto descansavas; que no fundo sabias que seria hoje o dia.

A ti camarada, tenho a agradecer o tempo que passamos juntos, as manias e dores de cabeça que me deste, e principalmente o conforto que proporcionavas sempre que eu chegava de viagem, quando me presenteavas com a tua presença ao portão, como se soubesses que estava prestes a chegar. Sempre pontual... meu bom amigo.

Bem hajas por me teres dado a oportunidade de partilhar este mundo contigo. Para mim foi um privilégio.

Descansa em paz Kazan. Estarás sempre aqui!


quinta-feira, agosto 23, 2012

Politicus Curruptus


Políticos corruptos com belas caudas de pavão;
Nascidos em berço de ouro só olham à sua condição;
Destroem à bruta tudo aquilo que construímos;
E no fim ainda levam o que é nosso pró caixão.

Tristes criaturas sem amor nem compaixão;
Se o povo é o peixe então eles são o tubarão;
Andam sempre a rondar o sustento que garantimos;
E são o único bicho a quem não falta a refeição.

Conduzem a nossa bela nação com tamanha incúria;
A sua malfadada gestão apenas leva a mais penúria;
Houvesse tanto bom senso quanto há de ambição;
E não estaria o povo farto da vossa triste lamúria.

quinta-feira, agosto 16, 2012

Comparando...

Texto original de António José Telo - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Leia-se então:

"(...) A chamada «ditadura financeira» (1928-1932) deve ser entendida como a última de uma longa série de intervenções anormais na finança portuguesa que visam, na realidade, resolver o «problema político» do Estado. A série é iniciada em 1892, quando os teóricos da «vida nova» ensaiam pela primeira vez uma estratégia que começa pela acção financeira. Há um paralelo entre Oliveira Martins e Oliveira Salazar, como  dois políticos que, separados por quase quarenta anos, tentam algo de semelhante em conjunturas muito diferentes.

O que pretendem é resolver a crise da autoridade do Estado liberal na sua nova fase, que, em Portugal, começa em 1890-1891. Ambos pensam que a crise política e a crise financeira são interdependentes, como manifestações de um desajustamento do aparelho central do Estado, que se reflecte numa crise da autoridade. Na sua opinião, a reformulação do aparelho político central do Estado, nas condições muito peculiares de Portugal, terá de ser feita de cima para baixo, ou seja, terá de ser feita a partir do governo. Para tal é necessário que um pequeno grupo consiga antes o controle deste e o consolide através de uma obra financeira de austeridade, de modo a criar as condições para reformular as estruturas políticas. Como a política de austeridade é impopular, o governo que a exerce terá de, muito possivelmente, se apoiar numa ditadura. Para Oliveira Martins, tal implica a acção extraconstitucional do monarca, apoiado no exército; para Oliveira Salazar, a acção das forças armadas é directa.

De qualquer modo, a ditadura é uma mera fase transitória. O objectivo último é resolver a crise da  autoridade do Estado, através da construção de uma nova base de apoio social e da reformulação das estruturas do poder e da articulação das suas funções. A obra financeira é só um primeiro passo.

Na realidade, podemos dizer que só houve nestes quarenta anos um caso importante de tentativa de criação de uma unidade conservadora que não partiu de uma acção financeira. Trata-se de Sidónio Pais, numa conjuntura muito peculiar — a fase final da primeira guerra —, quando os problemas financeiros internos e externos foram «resolvidos» com soluções únicas e impossíveis de repetir: o primeiro pelo contrato com o Banco de Portugal de 1918 e o segundo pelo crédito de guerra da Inglaterra.

Há várias razões que explicam este paralelo entre Oliveira Martins e Salazar. Vou mencionar somente a principal: entre 1890-1891 e 1930-1931 vigora em Portugal um mesmo modelo económico, que passa por diversas fases. Não há espaço para caracterizar sequer resumidamente este modelo, mas podemos dizer que ele se identifica com a primeira revolução industrial. É uma «revolução industrial» à portuguesa: moderada, lenta, segundo padrões da Europa, centrada numa indústria ligeira sem competitividade internacional — salvo honrosas e raras excepções — e virada para dentro, para o mercado protegido do continente e do império.

Este modelo económico começa e acaba com duas importantes crises internacionais: a de 1890-1891 e a de 1929-1931. A primeira serve de base à curta passagem de Oliveira Martins pelo executivo. A segunda permite a Oliveira Salazar completar a obra financeira que iniciou em 1928 e, simultaneamente, criar a base social do «Estado Novo» e do modelo económico que começa em 1931.

É significativo, e de modo nenhum casual, que os pontos extremos deste modelo económico sejam marcados por fortes crises internacionais, que se reflectem em Portugal numa dimensão sobretudo financeira. Na realidade, o que está em causa em última instância é a forma de inserção de Portugal no sistema económico internacional e, dentro deste, o equilíbrio dos principais fluxos financeiros. As conjunturas de crise geral facilitam e apressam as mudanças, que assumem a forma de reajustamento dos fluxos financeiros internacionais. O que se pretende nas alturas de transição é encontrar um equilíbrio para as entradas e saídas regulares, através das quais se estabelece o futuro funcionamento estável do modelo."

Excerto de "A obra financeira de Salazar: a «ditadura financeira» como caminho para a unidade política, 1928-1932" em Análise Social, vol. XXIX (128), 1994 (4.°), 779-800. Acedido online à data deste post, através do link: Análise Social

sexta-feira, agosto 03, 2012

Pressão


E quer o povo português afiançar,
Que por mal-amada imposição,
Muito ouro se possa granjear,
Sem esforço feito em vão.

Pois cuidai-vos ó vis incautos,
Que a ignorância pode trucidar,
E nem os mais ignóbeis arautos,
Contra a natureza podem operar.

Do apoio há muito requerido,
Pouco se viu com resolução,
Meu exíguo Portugal querido,
Tanto vos faltai a retidão!

terça-feira, julho 17, 2012

Quote

"Os homens hesitam menos em ofender quem se faz amar do que em ofender quem se faz temer; porque o amor é mantido por um vínculo de obrigação que, por serem os homens pérfidos, é rompido por qualquer ocasião em benefício próprio; mas o temor é mantido por um medo de punição que não abandona jamais."

Niccolo Maquiavel

domingo, abril 01, 2012

Quote


Sou o fantasma de um rei
Que sem cessar percorre
As salas de um palácio abandonado...
Minha história não sei...
Longe em mim, fumo de eu pensá-la, morre
A ideia de que tive algum passado...

Eu não sei o que sou.
Não sei se sou o sonho
Que alguém do outro mundo esteja tendo...
Creio talvez que estou
Sendo um perfil casual de rei tristonho
Numa história que um deus está relendo...

                      Fernando Pessoa

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Deep in space...

O vazio também tem o seu espaço... Talvez a humanidade se tenha esquecido disso.
Ou faria algum sentido dizer que determinado espaço não está vazio, estando? Certo?
Então como podemos ser tão brutos ao acreditar que o universo está repleto de zonas sem nada?
Na melhor das hipóteses, podemos apontar à ideia que há um vazio entre galáxias, mas não terá esse vazio um espaço próprio? E não estará esse espaço vazio repleto de algo? Se não tiver, como pode ser um espaço?
E como se mantém tudo no sitio?
Acredito que simplesmente não temos a capacidade tecnológica para saber o que está dentro do vazio... pois não creio que tamanho arquitecto tenha deixado ficar espaços em branco.

Just thinking...

MRC

sábado, fevereiro 18, 2012

Pluvo

Chuva é um fenómeno meteorológico que consiste na precipitação de gotas de água no estado líquido sobre a superfície da Terra e tem um papel importante no ciclo hidrológico.

E bem que nos está a fazer falta!

segunda-feira, janeiro 16, 2012

The Return of the Space Cowboy



Só para avisar que alguém está de volta... depois de muito trabalho de fim de ano.

Bom ano para todos.