Um jovem ensanguentado entra na sala onde nos encontramos. Carregado a ombros por dois guardas, vem pedir auxílio por Gibraltar. Yusuf ainda se encontra ocupado com o governador, mas a sua conversa terá de ser adiada para mais tarde. Pelo que consigo ouvir da outra sala, o jovem batedor fala de um poderoso ataque surpresa à fortaleza, por parte de forças vindas do norte de África. O desfecho da batalha era tanto para ele como para nós desconhecido. Como um relâmpago, Yusuf dirige-me a palavra. Quer que encabece um grupo de batedores para averiguar tanto quanto possível da batalha. Acenei afirmativamente, enquanto olhava desconfiado para o jovem batedor. Não conseguia compreender o motivo do pedido de auxílio ter vindo parar a Faro. Estou certo de que haverá cidades mais próximas de Gibraltar… algo não está certo, mas terei tempo para investigar. Enquanto arrumo os bens a levar, Salem estica-me a mão, soltando um pequeno amuleto em tons lápis-lazúli. Afirma ser uma pequena protecção contra o mal e que apenas os puros de coração o sabem usar. Recuso a oferenda delicadamente mas de nada me vale. Salem parece determinado que eu leve este pequeno colar. Guardo-o na bolsa enquanto me atarefo a preparar as rações para a viagem. Viajaremos ligeiros para não cansar muito os cavalos, razão pela qual não devemos levar nada para além da comida e da cimitarra. Pouco falta para o crepúsculo que antecede a noite. No exterior do palácio, seis nobres cavalos aguardam os seus cavaleiros. Somos poucos em número, mas vejo no rosto daqueles que me acompanham que não são novos neste tipo de aventuras. As marcas que alguns ostentam com orgulho aparentam ser resultado de anteriores incursões em território inimigo. Recebemos pouca informação por parte do batedor ensanguentado. Torna-se complicado prever a localização de tropas almorávidas, sabendo do seu constante movimento para as frentes de batalha com os cristãos. Yusuf apressa-se a entregar-me um pergaminho. No caso de vitória, deverei entregar estas informações ao mais graduado oficial almóada. Sinto o receio atormentar-lhe o coração, e compreendo-o perfeitamente. Enquanto somos presenteados com os milhares de tons que fazem prever uma noite limpa, partimos calmamente em direcção à muralha exterior. Somos acompanhados por inocentes crianças que nos incentivam. Pouco antes de abandonar a cidade, olho para trás e desejo não a ter de abandonar. Com o braço no ar despedimo-nos daqueles que ficam para trás, partindo rapidamente a galope em direcção à escuridão e ao desconhecido. Tocando o amuleto, sinto conforto. Alá será protector nesta nossa louca viagem.
domingo, abril 16, 2006
8º Capítulo - O inicio de uma demanda
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3 comentários:
Tas laaaaa...Continua... Qdo e q sai o bife pa mesa 9? xD*** Hj vim ca sem tu me dizeres nada vesss cm sou tua amiga... continua.. bjito ***
Kumeçu a fikar sem palavras..por ixu olha..adorei!!! força..ka estamus po continuar a ler.. abraçu.. Dárcio
Continua muito interessante. Penso que tens jeito para a "coisa". Da próxima vez que cá vier já fico com a leitura em dia, e depois custa a esperar por mais...
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